Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IPBT), usando os 30 países com maior carga tributária do mundo, constatou que o Brasil é o que dá menos retorno para a população na proporção dos impostos pagos. O cálculo levou em conta, além da arrecadação de impostos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), resultado da qualidade dos serviços públicos prestados à população. O Brasil, como já era de se esperar, ficou em 30º lugar, bem atrás de países como Argentina e Uruguai e muito mais atrás dos EUA e Japão. O argumento dos economistas para este resultado vergonhoso costuma ser o "mal planejamento" no uso do dinheiro público, mas sabemos que é muito mais que isso. Brasileiro trabalha quase metade do ano para pagar a conta dos desvios de verba, obras e serviços superfaturados, enquanto recebe um serviço LIXO de Terceiro Mundo.
O estudo pioneiro apontou que a carga tributária corresponde a 35,13% do PIB brasileiro, ou seja, toda a riqueza que o país produz. Esta carga tributária corresponde ao que a população paga de impostos aos governos municipais, estaduais e federal. Só para termos uma idéia do que isto representa, o PIB do Brasil atualmente é de 3,674 trilhões de dólares, portanto nossa carga tributária de é de mais de 1,3 trilhões de dólares. Existem países com uma carga tributária proporcionalmente maior, como a Itália e a França, onde os impostos consomem 43% do PIB. No entanto, o IPBT também considerou o IDH destes países, criando assim o IRBES, ou Índice de Bem-Estar da Sociedade que calcula o retorno dos impostos arrecadados para a população, onde o Brasil levou uma surra de todos os demais 29 países da pesquisa, muitos deles com uma economia em crise. Veja a tabela comparativa abaixo:
Apesar do Brasil estar entre as 10 maiores economias do mundo, tem um IDH típico de país pobre. Países com IDH elevado e serviços públicos de ótima qualidade, como a Noruega e Dinamarca, também estão na lista devido à alta carga tributária, bem acima de 40%. Isso quer dizer que brasileiro paga impostos próximos de países de Primeiro Mundo mas recebe serviços de Terceiro Mundo, pois eles resultam num IDH baixo, segundo o IPBT. Pessoas morrendo todos os dias em filas de hospitais públicos por falta de aparelhagem e médicos, milhões de analfabetos, professores desmotivados, escolas caindo aos pedaços e policiais despreparados e insatisfeitos no Brasil não me deixam mentir. Só neste ano já tivemos um aumento de 10% na arrecadação de impostos, pagando só em Janeiro, mais de R$ 100 bilhões que vão sabe-se lá para onde, pois não vimos uma melhoria substancial nos serviços. Apenas profissionais entrando em greve e muitas vezes agindo com violência e completo egoísmo, pelo desespero causado pelas dívidas e as más condições de trabalho.
Enquanto isso, os impostos aumentam de forma estratosférica no Brasil, sem levar em conta as necessidades reais e capacidade da população de poder bancá-los, o que reflete uma economia estúpida, corrupta e exploratória. A mídia clichê martela na televisão que o nosso país vai bem, com obras gigantescas sendo construídas para a Copa do Mundo, transposição do rio São Francisco e outras, mas o quadro real é de uma crise generalizada, onde os empregos são mantidos numa corda bamba, que pode arrebentar a qualquer momento, pois a insatisfação no setor público, com raras exceções, é generalizada e os salários não crescem na mesma proporção da inflação. Quando isto acontecer, entraremos numa crise similar à da Europa e dos EUA, onde o desemprego chegou às alturas, nos afundando todos juntos no endividamento e no caos social gerado por um sistema monetário em deficit permanente, constante e planejado.
Só que, como a linguagem da nossa economia - e não é apenas a nossa - não está atrelada à realidade e a mídia é cínica e vendida aos mantenedores do sistema (tanto que minimiza os protestos que acontecem ao redor do mundo, inclusive aqui), o Brasil "está bem", apesar de pagar impostos muito acima do necessário. Por exemplo, a Austrália consegue manter um IDH elevado com apenas 25,9% de carga tributária, tendo incríveis 164,18 pontos de retorno à população (IRBES) e estando no topo da lista. Por isso que, segundo o presidente do Instituto que realizou a pesquisa, “apesar de o Brasil ter uma carga tributária altíssima, a população não
recebe retornos em níveis satisfatórios e, por isso, está na última
colocação do ranking”.
Fontes: http://operacoescambiais.terra.com.br/noticias/pessoa-fisica-3/brasil-da-pouco-retorno-dos-impostos-pagos-392, http://veja.abril.com.br/noticia/economia/brasil-lidera-lista-dos-paises-com-pior-retorno-a-populacao-do-dinheiro-arrecadado-com-impostos
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